segunda-feira, 21 de maio de 2007

Os Silenciosos, Parte 1

[Update 04/09/07] Modificado marcador para "Histórias e Contos"

Aqui vai a primeira parte sobre Os Silenciosos, uma ordem fictícia de magos ambientada na Europa. A segunda parte falará mais sobre a hierarquia e as principais figuras dentro da congregação. A terceira por sua vez será dedicada às magias conhecidas e desenvolvidas, bem como os talentos metamágicos criados por eles.

Os Silenciosos


É dito que esta ordem foi criada em entre o século III e IV em Bizâncio, embora a maioria das fontes ache que apenas depois da legalização do cristianismo pelo imperador Constantino é que o grupo tomou alguma consistência maior, e que só a partir daí se pode considerar fundada a irmandade. Crê-se que os primeiros membros da ordem tenham sido altos-clérigos do próprio império bizantino, que à princípio eram secretamente cristãos, mas que depois da oficialização do cristianismo por Teodósio em 391 acabaram por iniciar outros sacerdotes em uma ramificação da própria religião cristã.

Até então os silenciosos apenas eram mais um grupo herege dentro de um império cristão, embora é verdade estivessem ocultando a verdade sobre suas crenças dentro do próprio clero oficial. Tudo mudou por volta do século VII, quando Spyridon, um dos altos-clérigos dos silenciosos, voltou do Egito trazendo consigo um artefato de enorme poder: A Chave de Salomão. Um livro que trazia instruções sobre como invocar espíritos e utilizar os poderes mágicos de demônios em favor do usuário, que acreditava estar perdido para sempre em alguma sarcófago esquecido no deserto. Como Spyridon conseguiu este livro nem mesmo as maiores ordens arcanas da Europa conseguiriam vir a responder séculos mais tarde, embora fosse uma excruciante dúvida que gerava debates e especulações dos maiores magos de seus tempos que resultou em diversas teses, como a de que o próprio Deus personificado na forma de Spyridon havia entregue o livro aos silenciosos para que estes dominassem os seres do outro mundo. A questão é que depois que a Chave de Salomão apareceu, os antes alto-clérigos hereges começaram então a praticar rituais ainda mais obscuros enclausurados em seus templos, mesclando rituais sagrados com círculos mágicos de proteção; gestos e gravuras no chão com rezas; incensos místiscos com velas brancas e vermelhas.

No século IX os observadores foram descobertos e sistematicamente executados pela Igreja, embora circule a lenda entre as ordens européias de que houve um traidor não-identificado entre os conselheiros que foi deslumbrado com a visão de se tornar um Ancião às custas da morte de seus companheiros. De uma maneira ou de outra, a perseguição acabou culminando na fuga dos clérigos e magos restantes para a Europa ocidental, onde então se instalaram principalmente nas regiões que hoje correspondem à França e Alemanha. Com o passar do tempo, os silenciosos se tornam mais secretivos que antes e se organizaram de um tal modo que os graduados de nível mais baixo (e conseqüentemente a maioria dos infirmus) não tinham o mesmo acesso aos superiores que outrora estava instaurado na irmandade. Ao contrário de outras ordens arcanas de seu tempo, os silenciosos não intervinham nem mesmo de maneira sutil nos assuntos que poderiam vir a favorecer a própria sobrevivência da congregação, mantendo-se neutros durante quase todas as guerras e cismas, ganhando o apelido de os observadores.

Se a ordem acabou ou ainda existe não se sabe ao certo. Algumas poucas vezes por décadas surgem relatos de que auto-intitulados silenciosos ensinam pequenos truques aos que pagam bem por isto. Todas as ordens restantes entretanto sabem que estas pessoas na verdade são idiotas que estão arriscando seu próprio pescoço sem terem sequer noção disso e que estes "truques" na verdade são conhecimentos de fácil acesso que requerem pouca concentração e prática, não sendo então nenhum dos maiores segredos que os silenciosos conheciam antes.

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